28 de março de 2009

Leia meu artigo..e conheça um pouco de meu trabalho

Sou enfermeira e desenvolvo um trabalho de pesquisa em tratamento de feridas, focando o paciente diabético, no ARTIGO sugerido há um relato de caso bem otimista para os que sofrem com úlceras...boa leitura

Martins

Cienc Cuid Saude 2007;6(Suplem. 2):448-453. O FAZER QUE FAZ A DIFERENÇA: CUIDANDO DA PESSOA ACOMETIDA. POR FERIDA - PÉ DIABÉTICO. Cíntia Fonseca Martins ...
www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/5355/3392 - 3k -

Essa matéria foi publicada no jornal diário Popular da cidade de Pelotas...em 2008...conta um pouco do trabalho que desenvolvo junto aos pacientes diabéticos acometidos por feridas....

Viva Bem: Tratamento com oxigênio



Procedimento pode acelerar a cura de feridas dos diabéticos

Ana Cláudia Dias

A utilização do oxigênio como tratamento auxiliar de úlceras de pressão, mais conhecidas por escaras ou feridas do pé diabético tem surpreendido usuários da rede pública de saúde em Rio Grande. As aplicações tópicas aceleram o processo de cicatrização e até salvaram pacientes da amputação iminente.
O uso da terapia com oxigênio na rede de postos de saúde do município partiu da iniciativa da enfermeira Cíntia Martins. Incentivada pelo projeto que deveria desenvolver na pós-graduação em Projetos Assistenciais, há aproximadamente cinco anos, a enfermeira escolheu o tema feridas. Diante desse desafio, passou a estudar todas as terapias existentes na literatura.
A idéia da aplicação tópica surgiu durante esses estudos. Cíntia entrou em contato com pesquisas que apontavam o oxigênio como fator facilitador da cicatrização. A partir daí chegou à aplicação do oxigênio hiperbárico, porém, sua utilização seria impossível em postos de saúde. Além disso, nas câmeras hiperbáricas há uma concentração diferenciada de O2. “O tratamento em câmeras hiperbáricas têm contra-indicações e necessita de uma equipe médica para ser utilizado”, esclarece.

Aplicação simplificada

A enfermeira simplificou o tratamento ao aplicar oxigênio diretamente no ferimento. Em pés e pernas ela utiliza sacos plásticos para isolar o local, durante a aplicação. Em regiões mais difíceis, pode-se improvisar um funil, exemplificou. “Expor a ferida a uma concentração de oxigênio acelera o processo de proliferação celular”, diz.
Logo no primeiro trabalho, em fevereiro de 2007, o paciente tinha indicativo de amputação. Como é um trabalho de testagem, a enfermeira conta que o paciente foi consultado sobre o procedimento. “Entre maio e abril do mesmo ano a ferida estava quase totalmente cicatrizada”, lembra. A indicação é feita quando a ferida não está infectada e o tempo máximo de aplicação utilizado foi de 15 minutos.
Cíntia faz questão de informar que a terapia ainda está em fase de estudos, mas que os resultados até agora têm sido muito animadores. Em Rio Grande mais de 30 pessoas se submeteram com êxito às aplicações de oxigênio tópico. De forma independente, a enfermeira segue quantificando os resultados.
A profissional também esclarece que a terapia é parte do curativo específico indicado a cada paciente. “Como enfermeira o meu papel é avaliar e indicar os cuidados, mas em tratamentos como esses é necessário um conjunto de ações indicado por equipe multidisciplinar, a inclusão da terapia nesse caso é um diferencial.”
Mesmo em caráter experimental o sucesso da terapia motivou a Secretaria Municipal a solicitar a Cíntia, que trabalha no Centro de Saúde, um treinamento para todos os enfermeiros e auxiliares de enfermagem da rede.

Resultado comprovado
Em junho deste ano a aposentada pelotense Vera Puggina, 60 anos, diabética desde os 11 anos, estava internada para o tratamento cirúrgico de uma úlcera na ponta do pé esquerdo, manifestada desde abril de 2007. Alertada pelas amigas Iná Jeannes, 60 anos, e Madalena de Souza, 65 anos, ambas diabéticas, sobre a oxigenioterapia difundida em Rio Grande pela enfermeira Cíntia Martins, questionou o médico que a trata, o angiologista Estebam Kiss, sobre a possibilidade de se submeter a tal terapia.
Avaliada a possibilidade, o médico optou pela terapia. “Fiz a cirurgia em junho e em julho a oxigenação”, conta Vera maravilhada com a rápida recuperação dos tecidos do pé. A aposentada foi submetida a dez aplicações de duas horas, duas vezes por dia, no hospital Beneficência Portuguesa. “A cicatrização está ótima”, conta Vera.
Essa não foi a primeira vez que Vera teve problemas com úlceras diabéticas. “Desde 2001 começaram a aparecer as úlceras no pé esquerdo, a do calcanhar levou três anos para curar, depois passou para o plantar do pé, nesse tempo todo tive várias ameaças de amputação.”
Feliz com a rapidez da cicatrização, Vera e as amigas querem que a terapia seja implantada nos postos de saúde de Pelotas. “A técnica é simples - no caso de Vera o pé foi isolado com um saco plástico - e poderia salvar muitas pessoas da amputação.”